quinta-feira, julho 07, 2005

Manual de Verão

Ah! O Verão! Aquela época do ano em que o Algarve parece um jardim Zoológico. As férias coincidem com o período em que estamos mais cansados das nossas belas (mas problemáticas) mulheres e sedentos por uma variada. Este manual para conseguir mais “internacionalizações”, poderá servir de guia para os menos habituados a estas andanças.

Abordagem

Os mais conservadores não se devem escandalizar com este artigo. Desengane-se quem pensa que o objectivo final destes conselhos é conseguir levar o maior número de “bifas” para a cama. O sofá ou a mesa da sala servem perfeitamente. Os métodos cientificamente testados por Zézé Camarinha, Pedro Santana Lopes, Manuel Maria Carrilho e outros mostram que a abordagem é a chave do sucesso quando se trata de cair nas graças e nos “braços” de uma mulher. Ora, essa abordagem torna-se mais eficaz quando adaptada aos padrões culturais da presa. Ou seja, o que causa repulsa a uma espanhola pode deixar uma finlandesa tão acesa ao ponto das suas cuequinhas cheirarem a queimado. Para obter sucesso inter cultural hoje em dia, não basta seguir os decotes, é preciso também espreitar o passaporte do nosso alvo.

Alemãs

As alemãs já não são o que eram. A imagem de uma estivadora enorme, loira, gorda e com pêlos debaixo dos braços pertence ao passado. Agora elas já rapam os sovacos. Uma coisa não mudou: as solteironas germânicas continuam a vir a Portugal no Verão à procura de emoções fortes. A abordagem ideal para conquistar uma alemã passa por corresponder ao estereótipo do “tuga” que elas têm em mente: deixem crescer o bigode e desabotoem a camisa colorida até ao umbigo para exibir o grande crucifixo que se traz ao pescoço. Uma pulseira grossa prateada e um grande anel de rubi no mindinho também fica bem. Deixem crescer a unha desse dedo. Não se incomodem se alguma portuguesa vos chamar “piroso” – não são estas o nosso alvo, de qualquer das formas –, porque para as alemãs é “exótico” que se diz. A grande vantagem de vestir a pele do macho latino é que, como se trata de uma espécie em vias de extinção, a concorrência é cada vez menor.

Espanholas

Ao contrário das alemãs, as espanholas estão habituadas a verdadeiros machos, vénia seja feita aos nossos vizinhos. Donos de uma virilidade latina em muito semelhante à nossa, como se prova pelas corridas de toiros. Apesar das fatiotas amaricadas, os toureiros têm uma vantagem inegável. Resumindo: a esse tipo de homem já as espanholas estão habituadas. Caracterizadas por umas mamas que parecem de silicone, mas não são, têm um forte espírito maternal e apreciam homens de ar jovial, delicados no gesto, e de tal forma vaidosos que rocem o efeminado. Usar cabelo à Enrique Iglesias e roupas unissexo atraem-lhes a atenção. Uma táctica de abordagem que resulta sempre é perguntar se não têm um pouco de base que possam emprestar para tirar o brilho do rosto.

Italianas

Semelhantes às espanholas, mas com uma particularidade: apreciam o género mais antiquado possível. Ser metrosexual de sobrancelhas arranjadas não chega. É preciso usar um qualquer elemento estético retrógrado, como um corte de cabelo à Roberto Baggio ou Totti. Gostam de uma carinha de bebé, desde que embrulhada num pacote kitsch, como umas calças de napa vermelhas. As italianas gostam de saber que existe um homem a sério escondido por trás do disfarce de Bom Jovi. A melhor táctica para a seduzir é arranjar uma luta qualquer por causa dela e resolvê-la sem recurso à violência, mostrando grande maturidade. Essa imagem ficará destruída na manhã seguinte, quando fugirem do hotel sem sequer deixar o telefone, mas por essa altura o objectivo já terá sido atingido.

Francesas

Fazendo jus ao epíteto de bombas sexuais, as francesas são, de todas as estrangeiras, as mais fáceis de engatar. Basicamente, tudo o que mexe é homem. Não há bons conselhos que se possa dar para tornar mais fácil conquistar uma francesa, porque, regra geral, basta aparecer num raio de 100 metros para se ser um forte candidato. Há relatos de turistas parisienses que acabaram na cama com mendigos do metro, depois de os terem ouvido berrar: “Alguém tem a bondade ou a possibilidade de me auxiliar!” Um exercício, no entanto, pode ser engraçado: tentar fazer alguma coisa para convencer uma francesa a NÃO aceitar o nosso convite. Por exemplo fazê-lo em francês com sotaque de Mário Soares.

Inglesas

A indiferença que demonstram pode transmitir a ideia de mulheres frígidas, embora não o sejam. Mas não se deve desistir delas à mais pequena adversidade, como um estalo ou uma joelhada no baixo ventre. Não nos esqueçamos que se trata de uma cultura diferente, proveniente de uma ilha. As inglesas são loucas por sexo, mas encaram-no de uma maneira aparentemente indiferente. Com um português, tudo para elas vai parecer novo e assustador, por isso é importante não ir de encontro ao seu espírito conservador. Nunca devemos parecer demasiado esfomeados para não espantar a caça e, importantíssimo, jamais, em nenhum momento (nem no mais alto patamar do clímax), tirar as meias.

Gregas

São raríssimas e poucos são aqueles que se podem gabar de já ter estado com uma. Na verdade, ninguém sabe ao certo com o que é que uma grega se parece. Diz-se que a Grécia é o país onde as mulheres se parecem todas com o Zorba, o que não é particularmente abonatório, mas isto não tem confirmação científica. De maneira que convém estar preparado para o caso de aparecer alguma. Naturais do berço da democracia, as gregas gostam de homens que não decidem as coisas unilateralmente, mas que também não as deixam ter essa responsabilidade. Preferem resolver tudo na base do sufrágio universal, pelo que é sempre bom andar com papel e caneta quando sairem com uma. Com sorte, a última eleição da noite será o referendo: “Na minha cama ou na tua?”

Suecas

Ah! Essas malucas nórdicas! A seguir às francesas, são as mais fáceis de conquistar, mas é preciso ser-se moreno, de olhos e cabelos negros ou castanhos. Se tens o azar de nascer louro e de olhos claros, esquece, as suecas não são para ti. Isto acontece devido a raridade com que se encontram homens na Suécia que não sejam verdadeiras lulas. Por isso, uma boa ida à praia aumenta o poder de atracão desta espécie. Uma boa táctica de abordagem é utilizar a frase celebrizada por Zézé Camarinha “You are very brown”, mesmo que ela esteja completamente vermelha do sol que apanhou na praia. Elas gostam de acreditar que estão morenas e atraentes.

Finlandesas

Tudo o que aqui se disse das suecas é válido também para as vizinhas finlandesas. Na verdade, pode tornar-se um pouco difícil distinguir umas das outras, a não ser por um pormenor: as finlandesas bebem infinitamente mais. Chegam mesmo a beber mais que nós, o que pode deixá-las num estado lastimável. Por outro lado o álcool acende-lhes a chama e torna qualquer tipo de abordagem bastante eficaz. Aqui, a melhor táctica é realçar e elogiar essa característica. Ela sentir-se-á vaidosa e beberá ainda mais. A desvantagem é ter de carregá-la em ombros até ao hotel. A vantagem é que, no dia seguinte, ela não se lembrará de nada, de maneira que é sempre possível repetir a dose.
Sempre vosso:
Universal Prymo

Comments:
E se forem portuguesas no estrangeiro?! conta como internacionalização?! Tens manual para isso?!
E as luxemburguesas?! Tens que falar delas.... assim como das russas.... repara lá essa falha!!

Mr. Summer Tex
 
À atenção dos potenciais seguidores do manual!
Este senhor, o autor do post, já se encontra à anos aposentado destas lides. Ora tal ocorrência pode afectar a credibilidade do mesmo. Num mercado em constante mutação como este, dados actualizados são fundamentais, pelo que informação datada pode comprometer o sucesso empresarial pretendido. Exemplo prático - O estilo macho latino ainda é sucesso garantido, ou está a perder terreno para a nova variante metrosexual, aqui não abordada (leia-se, deve-se deixar crescer um bigode farfalhudo ou em alternativa depilar as axilas?).
De notar também que o segmento- alvo é já diferente daquele a que o autor estava habituado a analisar. Com efeito, as internacionalizações pretendidas pelos nossos veraneantes são as "AA", não as dos escalões juvenis. Finalmente, deve-se relembrar que este guia pelo campo da vida leviana se transformou num apóstolo da bobiruzagem. Em termos análogos, seria como um soldado romano pergunta-se a Maria Madalena, após a cruxificação de Cristo, onde é que podia encontrar um bom bordel na zona.
Conclusão da história - Um bom manual de gestão não é garantia de sucesso no mundo dos negócios!

EL 30
 
Do fundo de toda a minha humildade apenas posso dizer que este é um execelente comentário da parte do nosso El 30 ou J30 para os mais chegados!!!

Mr. Summer Tex
 
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