Califa Home

A maior parte do tempo do homem mais velho é passado a galar as mulheres novas. O grau do galanço aumenta na proporção inversa das suas hipóteses de ir realmente com elas para a cama. O galar não é do género pouco subtil “olha, olha, que rico cú”, mas de um modo calmo, por cima do jornal ou dos óculos de sol. Os homens, são por natureza mestres no olhar do tecto ao sapato que se demora um nadinha demais nas nádegas, dos olhos que dançam sobre todas as superfícies da sala mas que executam um pasobodle nos seios. Não é o olhar escaldante do tarado sexual, mal se nota, é apenas uma leve ondulação no tecido da existência. Pelo menos, é o que esperamos.
Evidentemente, considero esta conduta abjecta e preferia não a ter, mas infelizmente é obrigatória. Podia – e faço-o – galar durante o sono. Quando o praticamos durante tempo suficiente e nos aplicamos, torna-se uma segunda natureza. Entramos em galanço automático sem nos darmos conta. Exactamente como, quando vamos a conduzir, caímos subitamente em nós ao cabo de quinze quilómetros de paisagem vazia, incapazes de nos lembrarmos do que quer que seja da estrada, também acordamos do galanço automático sem saber quem, como ou onde estivemos a galar. Pelo menos assim deviria ser. Mas infelizmente existem certas pessoas que….bem enfim o melhor será não entrar por aqui não querendo eu ferir susceptibilidades.

Sempre vosso:

Prymo