quinta-feira, fevereiro 03, 2005

Tribos Urbanas (e suas personagens) – Vol.1

Boa tarde a todos, mais uma vez apresento-me diante de vós para um impressionante e chocante relato. São testemunhos reais de uma sociedade em transição, composta por antropologias intrigantes, que são por vezes apelidadas de tribos urbanas. Na edição de hoje vou vos falar de uma destas desconcertantes personagens.
De forma a proteger a identidade do visado vamos chamá-lo “Zé Paulo”.

“Zé Paulo” é um jovem como muitos outros (olvidando é claro o facto da sua compleição física somar largamente mais de três dígitos, sendo só mesmo possível aferir o seu peso exacto na balança da lota de Matosinhos). Encarna em si a doçura de um urso de peluche e a rispidez de um nazi em actividade. O que o torna desejado pelas mulheres e temido pelos homens (bom….acho que agora estou a exagerar).
Ultrapassado um sinuoso período de delinquência juvenil, talvez normal para a idade, ou talvez forçado por anos de duros e intensos treinos na arte de tocar flauta (transversal) instrumento o qual na verdade nunca soube bem manejar (ou soprar), “Zé Paulo” almeja agora os pergaminhos da Engenharia, facto evidenciado pelo afincado empenho que evidenciou na prossecução deste mesmo objectivo (nos últimos dez anos). No entanto é na área do Lazer que o nosso personagem se destaca, não pelo seu volume corporal nem mesmo pela voz que quando empregue em segura (idenha-a-nova) foi ouvida nas 16 aldeias contíguas, como se de uma trovoada se tratasse, mas sim pela forma como encarna diversas personagens, desde o fadista Alfredo Marceneiro no caso dele Alfredo Carpinteiro da forma como este enfia pregos numa obra prima. Verdade seja dita os amigos também o encorajam a cantar o fado, não é que ele cante mal, eles é que não percebem nada de fado.
Foi de bilhete de identidade na mão direita (bem levantada), que voltou a encarnar nova personagem, desta feita um famoso cantor de musica popular portuguesa de caracóis, que como homem de dois amores animou uma conhecida discoteca da cidade de Lisboa, abordando os seus frequentadores e confrontando-os com a sua nova identidade “Zé Paulo” cativou nostalgicamente os mais velhos e aculturou os mais novos com as raízes musicais do seu país (Chiça! que paciência para aturá-lo).
A derradeira aventura de “Zé Paulo” catapultou-o definitivamente para o estrelato. Voltando-se agora para o cinema, transformou-se num misto de Mr. Jones caminhando ainda que desequilibradamente por uma viga (arriscando a própria vida) que mais tarde veio a saber que era uma grua móvel (transgrua) e acercando-se da beira da mesma de braços abertos gritou a plenos pulmões: I’m king of the world!!! Como de um Leonardo Di Caprio alimentado de 237 Big Mac’s se tratasse (é de referir ainda que o seu grito foi mais uma vez ouvido nas 16 aldeias contíguas a segura). Como precaução “Zé Paulo” cuidadosamente levou junto consigo um pedagogo e um advogado para cima da grua. Seria assim mais fácil (em caso de necessidade) explicar desviado comportamento, será que tinha explicação?
“Zé Paulo” anunciou recentemente que tem andado na companhia de um seu amigo de longa data, até então desconhecido, o Sr. Vítor (ver comment ao post: A aventura do coiso), penso que já chegou a hora de apresenta-lo a algumas caras novas e deixares de BI’s na mão e gritar do topo de gruas.
Contudo e apesar de ser assim os seus amigos são uníssonos: o “Zé Paulo” é nosso!
Em suma: “Zé Paulo” rapidamente se irá transformar numa mítica personagem tribal/urbana da cidade de Lisboa.

Não me despeço sem antes mencionar o rigor e a isenção destes trabalhos de excelência jornalística da PPP (Patrício Portugal Press).

Fiquem atentos a ulteriores publicações sobre o mesmo tema, adiantando desde já que na próxima edição vamos falar de um outro jovem, neste caso, em fuga da sua própria etnia (este jovem não é um taberneiro!)

Um curto até já,
Repórter P (aquele que tudo prevê e nada phaz!)

Comments:
Ora aqui está um post muito interessante e bonito de se ver... mas... fica por aí apenas!! Onde está o "sumo" da questão, as fotos, as misérias gravadas para a posteridade deste nosso mito urbano, que realmente é nosso e de mais ninguém, e impossível de imitar!! Para além de que apenas se pode dizer que é uma peça de excelência jornalística quando se fala dos outros e não de nós próprios ou da agência para quem trabalhamos... deixavas esses comentários para mim.. pois claro!!´
À parte estes dois reparos construtivos posso assim afirmar que esta peça se tratra de uma peça de inegável valor com os padrôes (agora sim) da excelência jornalístico-bloguista. se assim se puder por a situação!!! Grnade Zé Paulo, só estando lá para ver... grande PPortugal, continua assim... e grande Benfas, de quem o Zé Paulo é aficcionado!!

Deste vosso que... o que quiserem,

Mr. Consigliére Tex
 
Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?