segunda-feira, fevereiro 21, 2005
bloqueados da esquerda
Os comentadores encartados tiveram mais dificuldade em digerir a subida do BE do que qualquer outro dado dos resultados eleitorais. Pudera, durante esta campanha repetiram a noção de que o BE era um partido sem base social, irrealista e juvenil, que não poderia ser levado a sério. Mas em cada nova eleição o BE duplica a sua votação e elege deputados num novo distrito (desta vez, logo dois de uma vez em Setúbal). E se ainda paira por aí a ideia de que o BE é um fenomeno da Grande Lisboa note-se que este partido ficou a:
200 votos de eleger um deputado por Aveiro (!),
400 de eleger outro por Braga
700 de eleger um terceiro por Faro
O grupo parlamentar do BE poderia ter sido, com pouca diferença, de onze elementos, e aí eu gostaria de ver que novas teorias os liberais teriam de inventar. E esta subida é ainda mais significativa porque foi feita em contra-corrente. A simpatia dos media pelo BE acabou; os votos foram conseguidos apesar de inúmeros avisos contra a temível "extrema-esquerda radical" de trotsquistas e maoistas. Como é evidente, não há 6,38% de trotsquistas em Portugal. Vota muita gente normalíssima no BE, que é um partido cuja proposta mais radical é uma reforma fiscal bastante sensata.
Acabaram os estereótipos e a ideia de que o Bloco não representa ninguém.
A seguir ao PS são os grandes vencedores das eleições. Mas não vamos ver isto escrito com clareza em muito lado.
Nota: Alguém sabe se aquela loira bombástica do BE foi eleita De puta da. Se foi vou estar atento ao canal parlamento
Lamy
200 votos de eleger um deputado por Aveiro (!),
400 de eleger outro por Braga
700 de eleger um terceiro por Faro
O grupo parlamentar do BE poderia ter sido, com pouca diferença, de onze elementos, e aí eu gostaria de ver que novas teorias os liberais teriam de inventar. E esta subida é ainda mais significativa porque foi feita em contra-corrente. A simpatia dos media pelo BE acabou; os votos foram conseguidos apesar de inúmeros avisos contra a temível "extrema-esquerda radical" de trotsquistas e maoistas. Como é evidente, não há 6,38% de trotsquistas em Portugal. Vota muita gente normalíssima no BE, que é um partido cuja proposta mais radical é uma reforma fiscal bastante sensata.
Acabaram os estereótipos e a ideia de que o Bloco não representa ninguém.
A seguir ao PS são os grandes vencedores das eleições. Mas não vamos ver isto escrito com clareza em muito lado.
Nota: Alguém sabe se aquela loira bombástica do BE foi eleita De puta da. Se foi vou estar atento ao canal parlamento
Lamy
Comments:
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Sabiam porque é que Portugal é o pais mais atrasado da Europa dos 15? Então agora vão ter uma boa oportunidade de aprender!
O título deste texto tem 2 esses a mais, não é bloqueados à esquerda, é o pais que esta bloqueado à esquerda.
Eu por mim vou aproveitar para o "é fartar vilanagem", constituir um pé de meia e pensando num pais para emigrar.
Nuno Balacó
O título deste texto tem 2 esses a mais, não é bloqueados à esquerda, é o pais que esta bloqueado à esquerda.
Eu por mim vou aproveitar para o "é fartar vilanagem", constituir um pé de meia e pensando num pais para emigrar.
Nuno Balacó
!!!!!
era só um trocadilho com o nome do partido.. desculpem lá, em vez de bloco de... ficou bloqueados de... epá deixa lá isso. A malta sempre podes ir para a ilha laranja da madeira ou a peninsula de leiria...
Lamy
era só um trocadilho com o nome do partido.. desculpem lá, em vez de bloco de... ficou bloqueados de... epá deixa lá isso. A malta sempre podes ir para a ilha laranja da madeira ou a peninsula de leiria...
Lamy
!!!!!
era só um trocadilho com o nome do partido.. desculpem lá, em vez de bloco de... ficou bloqueados de... epá deixa lá isso. A malta sempre podes ir para a ilha laranja da madeira ou a peninsula de leiria...
Lamy
era só um trocadilho com o nome do partido.. desculpem lá, em vez de bloco de... ficou bloqueados de... epá deixa lá isso. A malta sempre podes ir para a ilha laranja da madeira ou a peninsula de leiria...
Lamy
!!!!!
era só um trocadilho com o nome do partido.. em vez de bloco de... ficou bloqueados de... epá deixa lá isso, sempre podes ir para a ilha da madeira ou a peninsula de leiria...
Lamy
era só um trocadilho com o nome do partido.. em vez de bloco de... ficou bloqueados de... epá deixa lá isso, sempre podes ir para a ilha da madeira ou a peninsula de leiria...
Lamy
Nada disto aconteceu
por Nuno Rogeiro - 11/02/05
Dado que o passado foi chamado à campanha eleitoral, devemos responder, puxando da memória. (...)
Quanto à experiência de poder do PS, desde a queda do cavaquismo, em 1995-96, até 2002, existe uma espécie de amnésia.
A verdade, se calhar, é que nada do que a seguir se enumera alguma vez existiu!!!
A saber:
- Acumulação de défice excessivo nas contas públicas, originando o despertar da repressão de Bruxelas, para além de incentivo irresponsável ao gasto individual e desprezo pelos apelos à moderação e à poupança.
- Saída de Sousa Franco do Executivo, depois das linhas mestras das suas políticas de saneamento da conta pública se terem tornado inviáveis, ou politicamente indesejáveis.
- Análise negra do estado da economia portuguesa, por parte de Cavaco Silva, numa famosa entrevista de Julho de 2000.
- Alegações de políticos, empresários e governantes, segundo os quais a banca portuguesa estava a ser vendida ao desbarato aos estrangeiros.
- Anunciados planos de combate à evasão fiscal, anunciados falhanços dos mesmos planos, e anunciada continuação da dita.
- Ligações perversas da política ao futebol, com o cortejo conhecido de enxovalhos, confusões e negócios pouco claros.
- Insistência na política de co-incineração como única via possível de tratamento de resíduos perigosos, apesar da divisão dos especialistas e da oposição do "homem da rua", certamente manipulado por caciques e envenenado pela Comunicação Social privada.
- Episódio dito do "queijo Limiano", ou a cedência da alma em troco de votos no Parlamento.
- Quedas sucessivas de ministros da Defesa, conflitos entre estes titulares e o primeiro-ministro, queixas de falta de meios, espectáculo de parca mobilização de recursos para tarefas externas, divulgação pública de listas de agentes "secretos", novelo de escândalos em torno da aquisição de armamento e fardamento, cenas de estalada entre chefes políticos e chefes da "comunidade de informações".
- Tragédia da ponte de Entre-os-Rios, originando a demissão de Jorge Coelho, e suspeita geral sobre o estado das obras públicas.
- Inundação do túnel do metro no Terreiro do Paço, e alegação de que o mesmo foi ali feito com grande risco, sem as precauções devidas e não levando até ao fim estudos exaustivos sobre as características do subsolo.
- Escândalos na JAE, corrupio de acusações e alegações, e declarações críticas do engenheiro Cravinho, dizendo que Guterres havia sido derrotado pelos "grandes interesses" e pelos lobbies (Janeiro de 2000).
- Colapso na gestão das grandes cidades, que levou a uma maré de rejeição, em 2001, e à passagem da era PS para a era PSD, em Lisboa, Coimbra, Porto, Sintra, Cascais, etc..
- Fantasmas desastrosos, como o espectáculo de "Porto, Capital da Cultura", com obras a juncar a vida do cidadão comum, turistas perdidos e desiludidos, projectos inacabados, escândalos financeiros e "mistérios" como os da Casa da Música.
- Escândalo em torno da Fundação para a Segurança, levando à saída "apocalíptica" de Fernando Gomes do barco do guterrismo, e a sugestões de conspirações no seio do poder, com o primeiro-ministro a saber tudo e a calar ainda mais.
- Filosofia de miséria na RTP, levando o serviço público à pré-morte, depois de anos de insanidade financeira, extravagâncias de programação, guerras civis de chefias e tentativas infantis de controlo político, dos telejornais às entrelinhas...
- Desinteresse pela política por parte dos cidadãos mais de um terço decidiu não votar nas legislativas de Outubro de 1999, mesmo depois de Guterres ter dito que o seu pior inimigo era a abstenção.
- Estado geral de guerra civil dentro do Governo e da maioria quase-absoluta, levando António Guterres a bater com a porta, clamando que o país se encontrava num pântano.
Enfim, foi tudo um sonho...
Pode-se votar no regresso de um sonho?
"Penso, logo existo" - René Descartes (1596-1650) filósofo e matemático francês
Nuno Rogeiro escreve no JN, semanalmente, às sextas-feiras [texto original]
por Nuno Rogeiro - 11/02/05
Dado que o passado foi chamado à campanha eleitoral, devemos responder, puxando da memória. (...)
Quanto à experiência de poder do PS, desde a queda do cavaquismo, em 1995-96, até 2002, existe uma espécie de amnésia.
A verdade, se calhar, é que nada do que a seguir se enumera alguma vez existiu!!!
A saber:
- Acumulação de défice excessivo nas contas públicas, originando o despertar da repressão de Bruxelas, para além de incentivo irresponsável ao gasto individual e desprezo pelos apelos à moderação e à poupança.
- Saída de Sousa Franco do Executivo, depois das linhas mestras das suas políticas de saneamento da conta pública se terem tornado inviáveis, ou politicamente indesejáveis.
- Análise negra do estado da economia portuguesa, por parte de Cavaco Silva, numa famosa entrevista de Julho de 2000.
- Alegações de políticos, empresários e governantes, segundo os quais a banca portuguesa estava a ser vendida ao desbarato aos estrangeiros.
- Anunciados planos de combate à evasão fiscal, anunciados falhanços dos mesmos planos, e anunciada continuação da dita.
- Ligações perversas da política ao futebol, com o cortejo conhecido de enxovalhos, confusões e negócios pouco claros.
- Insistência na política de co-incineração como única via possível de tratamento de resíduos perigosos, apesar da divisão dos especialistas e da oposição do "homem da rua", certamente manipulado por caciques e envenenado pela Comunicação Social privada.
- Episódio dito do "queijo Limiano", ou a cedência da alma em troco de votos no Parlamento.
- Quedas sucessivas de ministros da Defesa, conflitos entre estes titulares e o primeiro-ministro, queixas de falta de meios, espectáculo de parca mobilização de recursos para tarefas externas, divulgação pública de listas de agentes "secretos", novelo de escândalos em torno da aquisição de armamento e fardamento, cenas de estalada entre chefes políticos e chefes da "comunidade de informações".
- Tragédia da ponte de Entre-os-Rios, originando a demissão de Jorge Coelho, e suspeita geral sobre o estado das obras públicas.
- Inundação do túnel do metro no Terreiro do Paço, e alegação de que o mesmo foi ali feito com grande risco, sem as precauções devidas e não levando até ao fim estudos exaustivos sobre as características do subsolo.
- Escândalos na JAE, corrupio de acusações e alegações, e declarações críticas do engenheiro Cravinho, dizendo que Guterres havia sido derrotado pelos "grandes interesses" e pelos lobbies (Janeiro de 2000).
- Colapso na gestão das grandes cidades, que levou a uma maré de rejeição, em 2001, e à passagem da era PS para a era PSD, em Lisboa, Coimbra, Porto, Sintra, Cascais, etc..
- Fantasmas desastrosos, como o espectáculo de "Porto, Capital da Cultura", com obras a juncar a vida do cidadão comum, turistas perdidos e desiludidos, projectos inacabados, escândalos financeiros e "mistérios" como os da Casa da Música.
- Escândalo em torno da Fundação para a Segurança, levando à saída "apocalíptica" de Fernando Gomes do barco do guterrismo, e a sugestões de conspirações no seio do poder, com o primeiro-ministro a saber tudo e a calar ainda mais.
- Filosofia de miséria na RTP, levando o serviço público à pré-morte, depois de anos de insanidade financeira, extravagâncias de programação, guerras civis de chefias e tentativas infantis de controlo político, dos telejornais às entrelinhas...
- Desinteresse pela política por parte dos cidadãos mais de um terço decidiu não votar nas legislativas de Outubro de 1999, mesmo depois de Guterres ter dito que o seu pior inimigo era a abstenção.
- Estado geral de guerra civil dentro do Governo e da maioria quase-absoluta, levando António Guterres a bater com a porta, clamando que o país se encontrava num pântano.
Enfim, foi tudo um sonho...
Pode-se votar no regresso de um sonho?
"Penso, logo existo" - René Descartes (1596-1650) filósofo e matemático francês
Nuno Rogeiro escreve no JN, semanalmente, às sextas-feiras [texto original]
Não repitam os comentários nos vários posts! Assim é batota para além de aborrecido e inestético!
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