quinta-feira, dezembro 23, 2004

Help, I need somebody (Brasil Vol.4)

As nossas peles já estavam coloridas com a doce cor do mel, pois tinham sido agraciadas pelos raios de luz que fugiam entre as nuvens que encobriam a cidade maravilhosa (cheia de encantos mil, coração do meu Brasil). Para dizer a verdade a tonalidade atrás mencionada só se fazia notar em mim e no Zé Carioca dado que os 3 litros de creme (embora já sem validade) que Joãozinho Trinta derramara em seu corpo conferiam-lhe a tonalidade de quem tinha ido passar as férias numas termas do vimeiro com uma excursão de terceira idade em pleno Inverno; no entanto lavados, perfumados e aprumados arrancámos para a balada. O primeiro ponto de um itinerário ainda não definido era o restaurante Garota de Ipanema, como diz J30 sítio de Gringo, pois está claro, mas no entanto que belo repasto nos proporcionou. Tenho que fazer uma menção ao prato por nós deglutinado: Filet Mignon Osvaldo Aranha, a questão que para mim se impunha na altura era quem é Osvaldo Aranha. Para meu gáudio obtive uma rápida resposta, este personagem era um conceituado chef de cozinha, que aparentemente neste caso a sua façanha teria sido servir o bife numa travessa e as batatas noutra. (O que me leva a pensar que um dia também vou ter um prato meu, será assim: após confeccionada uma bela bifana com ovo a cavalo acompanhada com arroz e batatas fritas ao invés da tradicional salada será acompanhada também com um pouco de favas com milho, o prato chamar-se-á: Bife – Há – Lã ……………………… que belo momento de humor).
Mais uma vez a noite apresentava-se prazenteira, e ao grito mudo e desesperado de J30 que à muito vinha ignorando, que soava assim:

Help, I need somebody,

Help, not just anybody,

Help, you know I need someone, help.

Não mais fazendo ouvidos de mercador, agarrado aos compêndios que descrevem e caracterizam a “noite” do Rio de Janeiro, encontrei a resposta às preces de J30, um local apelidado como o maior talho da América do Sul de seu nome HELP (Very Typical)! Ora aqui estava uma noite alternativa, ou talvez não.
Zé Carioca declinara a proposta dizendo que não era poiso para ele, ficando melhor no poleiro à espera que alguma mão caridosa lhe desse uma dose de grão-de-bico. Ao que parece até tinha mesmo algo planeado com uma das delicadas donzelas, as quais tinha atingido o coração com a sua flecha do amor, numa das anteriores noites.
Para dar início à operação HELP, a protecção civil (eu), impôs duas regras básicas de segurança: a primeira era que o cartão de crédito de J30 ficasse em casa para eu não me ver morto por não ter participado numa “tal” suruba, ou por ter participado em “tal” suruba contraindo alguma doença que me pudesse vitimar. A segunda regra e atendendo às descrições feitas em crónicas anteriores foi ter pedido encarecidamente ao balas que de uma forma descontraída pusesse a camisa para fora das calças evitando dar o tal ar de “Gringo”. Embora afirmasse que não gostava de ceder a pressões e muito mais de alinhar em modas idiotas do “pessoal” mais novo como andar com as fraldas para fora, iria a título de excepção atender ao meu pedido.
Prontos e motivados botámos o pé na estrada, neste caso no calçadão e fomos direitos à Av. Atlântica (onde Copacabana sorri ao mar), Avenida na qual se situa o Help. O caminho em Ipanema apesar de ser noite cerrada foi tranquilo mas ao chegarmos a Copacabana o ambiente transformava-se da noite para o dia. E a palavra transformar era mais adequada à situação pois poderíamos ver “H”omens altos e loiros com prateleiras maiores que as do Continente de Beja amparadas por decotes ousados, com saias de cintura rebaixada deixando transparecer pela diferença de tonalidade o uso de fio dental durante o dia e a ausência dele e de qualquer outro adereço à noite. Enfim a abordagem a estas “Holandesas de costas largas” como diz o outro, poderia resultar num diálogo do estilo: - Ai rapariga! Mas que pés tão grandes que tu tens! Ao que soava uma resposta rouca: - São para te pisar melhor! Mas ao que dizem: depois de nove caipirinhas vale tudo!
Depois de ultrapassada a primeira barreira de “Coral” enfim chegámos à porta do Help, o ambiente era bem mais descontraído, resolvemos dar o passo em frente e penetrámos o recinto.
O espaço era bastante agradável estilo retro / disco anos 70 e estava apinhado de mulheres lindas e com corpos esculturais e numa proporção de 3 para 2 em relação aos homens, não havia vislumbre de travestis nem de trânsexuais. Na minha cabeça padecia uma questão, o que é que estas mulheres lindas e que esbanjam saúde (ou talvez não) estão aqui a fazer? Isento de questões na cabeça J30 só passava uma ideia que rapidamente transformou em vocábulos audíveis: - Vamos mas é buscar uma Jola! Após momentos de observação, meditação e contemplação (pois alguns destes anjinhos enchiam a pista de maneira intensa), J30 returque: - não me sinto eu próprio, ao que num ápice põe as fraldas da camisa para dentro das calças. Foi nesse momento que se acende um foco de luz sobre J30, ele estava resplandecente, era o aprumo e o rigor do seu trajar, era o iluminado sorriso que ostentava, a iluminação da sua pele branca e sobretudo o brilho da fivela de seu cinto que agora se encontrava ao descoberto. E num doce balanço de JT30, ou seja, Joãozinho “Travolta” Trinta, com os pés fincados no chão ancas gingonas, corpo ligeiramente inclinado, cotovelos a apontar para o chão de punhos cerrados para fora e com os antebraços a descreverem movimentos pendulares entre os 45º e os 90º; JT30 a pista a musica e a luz transformavam-no num colossal Farol do Amor. Apontando a sua potente luz sobre todas as mulheres presentes na sala, causando a curiosidade e o desejo nestas, J30 foi alvo de um dos maiores assédios sexuais de que há memória, enquanto que eu amedrontado pela pressão da situação afastei-me de J30 (mantendo-o debaixo de olho) e pensava em quantas marquises poderia isolar para rigorosos Invernos mediante a quantidade de silicone que se encontrava nesta enseada da paixão, o nosso Farol do Amor, era tocado, tocava, era apalpado, apalpava, dezenas de belas mulheres que por momentos deixaram de resistir à sua atracção animal e entregaram-se à luxúria, chegando J30 a provar o néctar fabricado por uma praticante da profissão mais antiga do mundo, bebido de seus lábios em tragos gentis e suaves como de poesia se tratasse. (eu sei que este trecho está um pouco romanceado mas não anda longe da verdade). Mas, coitado, o nosso Apolo, o nosso Adónis, sultão dos sultões sem rainha nem mulher, ao ser desafiado por estas beldades para noites de amor inconfessáveis em que a carne era o mote do festim, e na prossecução da sua fé, aguentado a tentação da carne deu a todas as mesma resposta, manuseando as palavras a seu belo prazer: agradecia a todas as beldades que o rodearam a sua estima e consideração e a sua eventual entrega a práticas genitais, mas o dia seguinte seria um árduo dia de trabalho, pois teria de se levantar cedo para se apresentar às 9 a.m. nos serviços da receita federal brasileira, pois é! J30 estava num programa de intercâmbio entre o serviço de finanças português e a receita federal brasileira, logo não poderia cansar o seu prazenteiro corpinho pernoitando com devassas da paixão e do amor. Que orgulho que eu tenho neste homem, ele é um profissional!
Foi de sorriso rasgado estampado no rosto e após mais umas quantas cervejas para o caminho que J30 abandonou esta caverna da felicidade e na minha companhia se dirigiu ao Hotel, mas não sem antes me ter reprimido por não ter deixado trazer a chave da felicidade (cartão de crédito), o que me deixou no fundo também chateado, mas só quando compreendi os seus propósitos, que era de levar uma meretriz até às nossas acomodações e solicitar ao Zé Carioca, que já dormia profundamente, para se ausentar para o hall de entrada enquanto ele (J30) espalhasse magia com a sua varinha de condão. (não sei se seria muito tempo). Imaginem só o Zé Carioca a ficar sem pio e meter as penas entre o rabo enquanto abandonava o seu poleiro. Foi pena, muita pena!
No caminho para o Hotel J30 sugeriu um banho nocturno nas gélidas águas de ipanema, dado que a noite estava quente e para mais urgia apagar a sua caldeira de paixão que ainda se encontrava em brasas quentes após termos deixado o recinto de seu nome Help.
Com as estrelas apenas como testemunhas alinhei num ou mais mergulhos à Cowboy pois as estrelas saberiam guardar segredo. (e não gozam connosco).
Foi num pingo que entrámos nas nossas acomodações e deparámos com Zé Carioca dormindo que nem um passarinho, e com um ar de que tinha tido uma tranquila noite de descanso frente à telelinha.
J30 também teve a sua noite de sono mais tranquila e descansada, um verdadeiro sono de bebé, desde a sua chegada a terras de vera cruz, e foi com o tal sorriso de inebriante felicidade que este adormeceu na ternura de seu leito.
O Rio Janeiro ficaria para trás iríamos partir para novas aventuras…………………..

Help me too!
Marcelo de Janeiro



Comments:
Ó meus amigos... aqui está outra crónica feita pelo ilustre Marcelo de Janeiro que cada vez mais vai aperfeiçoando e enriquecendo o teor da sua escrita com recurso a uma amálgama de metáforas, hipérboles, adjectivos e outros utensílios da língua de Camões, deixando para a posteridade tão badalada epopeia!! Que texto tão rico... realmente... é uma peça de excelente qualidade!
Porém e para aqueles que se perderam nos recursos estilísticos do autor, deixo aqui umas condiderações concerteza pertinentes, e que passam pelo espírito do mais comum das testemunhas de Giovanni (embora já tenha sido assunto desenvolvido e falado.. na minha opinião não abertamente havendo censura e medo da verdade).
Não me alongando, e por mim acreditem que é bem melhor ir do que ficar, por isso não me vejam como um velho do Restelo, apenas queria realçar uns factos... tanto barulho e tanta promessa para acabarem dois gajos nus a tomarem banho um com o outro em Ipanema... ainda por cima depois de certas e determinadas pessoas apregoarem a sua virilidade, exacerbando sempre atitudes e comportamentos de outros aos quais apelidam de gays... depois de, pelo que nos foi descrito, terem estado com a faca e o queijo na mão e nada... e ainda por cima montam cenários que nem passa pela cabeça de ninguém e a serem verdade não se dizia isso a ninguém... depois dizem que vão dormir descansadinhos!!! Por favor... tenham contenção naquilo que dizem e à praia onde vão!!

Sem mais de momento e com profundo pesar

Mr. Consigliére Tex

P.S. O que não invalida de modo nenhum a excelência da peça criada pelo autor...
 
Tenho umas palavras a dizer a esse senhor que se identifica como Mr. Consigliére Tex, em primeiro lugar fica desde já atribuído a si o prémio DEMAGOGIA 2004, em segundo lugar gostaria que me respondesse a algumas questões (imaginado estar na minha posição, enfrentando as mesmas situações):
1º Deixava um amigo no Hotel para se dirigir a um local de frequência duvidosa?
2º Tendo a faca nas mãos, cortava o queijo?
3º Tomava banho “nu” na praia à noite, sabendo também de ante mão que essa mesma praia de dia é uma praia gay?
4º Morria? Por se negar a participar numa “tal” suruba; Ou ficava vivo?
Com a frontalidade por si apregoada gostaria de ver respondidas estas questões sem rodeios, de forma directa e sincera, aqui neste espaço cibernético (a nossa casa virtual).
Caso não responda nas condições supracitadas, peço encarecidamente que deixe de fazer este comentários demagogos e armados ao pingarelho e se remeta ao silêncio ou a comentários fúteis sem conteúdo significativo para não aborrecer a pachorra dos demais.

Saudações Criteriosas,
Patrício Portugal.
 
Peço desculpa por não estar a compreender bem este comentário tinhoso e ele sim demagógico!! Pelo que estou a ver todas essas perguntas são dirigidas não a mim, simples comentador, mas sim a quem as pronunciou e a quem apreguou coisas a alto e bom som antes de arrancar!! Acho portanto que este assunto, deveras libidinoso, apenas encaixa naqueles que por tamanhas (des)aventuras, passaram!! eu não tenho culpa do que se passou, nem do que se levava como objectivo!!
Porém percebo perfeitamente o alcance deste comentário, e onde ele quer chegar... pois bem meu amigo Patricio apenas lhe digo que DEIXAVA-O POIS O PROBLEMA ERA MEU, ISSO DA PRAIA NÃO O SEI QUE LHE DIGA, ADORO QUEIJO, E GOSTO DE VIVER, para além de que vivo no outro lado do Fonte Nova!!!!
Apesar de não ter que responder aqui ficam as minhas considerações pessoais e digo mais... se houver alguma resposta torta, eu que falei com toda a delicadeza, acho que aí sim serei bruto e grosso!!

Um abraço

Mr. Consiglére Tex

P.S. Demegogo, tu sim o verdadeiro demagogo e jogador... sim porque tu jogas!!!
 
Como era de prever o prémio Demagogia 2004 não ficou em mãos alheias o comentário acima é uma cabal evidência disso mesmo.
Então vejamos: eu aguardava por respostas simples e directas, mas mais uma vez o Mr. Consiglére “Demagogo” Tex com um tom crítico e sobranceiro voltou a escrever, escrever, escrever, escrever, sem crer dizer rigorosamente nada deixando as respostas ao critério de quem as lê.
Exemplos disso são as respostas:
“Adoro Queijo” – Meu amigo eu também adoro queijo, mas cortavas ou não o queijo? Para uns pode parecer que sim, mas ele não o disse, DEMAGOGO! Assim pode-se sempre escudar a dizer que não escreveu que o cortava, as freiras também adoram nosso senhor contudo não fazem nada com ele! DEMAGOGO!!!
“E Gosto de Viver” - Pois meu amigo também eu gosto, mas é como ao queijo, sim ou sopas, ou ficavas vivo ou morrias; eu também gosto de muitas coisas mas não as tenho ou não as faço!
VIVA AO DEMAGOGO 2004!!!( Mr. Consiglére Tex).

Por favor faz como te pedi e remete-te ao silêncio (violinha no saquinho!!!)

Um abraço deste que te quer,
Patrício Portugal

P.S.: Demagogo? Eu? Talvez!?! (um pouco)
Jogador??? Eu??? Não jogo!!! (tenho tosse)
 
Chiça penico.... vou ter mesmo que meter esta caixinha de remédios no sítio!!! já disse que o que tu queres sei eu... mas não te vou dar esse prazer!! se achas as minhas respostas muito evasivas, eu não acho e para bom entendedor meia palavra basta, sendo que disse mais do que meia palavra e apenas respondi ás parvoíces demagógicas que escreveste (e tou farto da palavra demegogia). Pobreza de espirito, a tua, em utilizares no teu discurso expressões gastas e banais que servem com sinais de vitória numa batalha que só tu imaginaste e concebeste!! Por outro lado reages mal à critica, e para quem escreve essa é uma má atitude, apesar de não ter feito nenhuma critica por demais!! Por isso lamento que como sustentáculo de conversa pérfida e abnegosa, apenas tenhas para dizer que o prémio demagogia vai para este simples comentador e apreciador assidúo dos volumes fantásticos da epopoeia encetada por tão bravos guerreiros, que com os seus propósitos bem firmes, e objectivos traçados, contentaram-se e deram a expedição por valiosa e frutificante!! Se é assim que vês as coisas, pois meu amigo, assim o respeitarei!! "mete a viola no saco" acho que tinhas capacidade para arguir algo de melhor e construtivo mas deixaste-te levar pela imprudência e pelo desmazelo verbal!! talvez falta de tempo!!

um bem haja e sem mais de momento!

Mr. Consigliére Tex

Apesar de tudo gosto de ti rapaz do fundo do coração!!
 
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